No segundo semestre
de 2016, ingressou no curso técnico em química do câmpus que atuo (IFSP –
Capivari) um aluno com deficiência visual e nanismo. A partir de então, alguns professores,
estudantes do curso de licenciatura em química, serviço sociopedagógico,
administração e NAPNE (Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais
Específicas) atuaram de diversas formas com um objetivo em comum: a permanência
e êxito desse aluno no curso.
Dentre as ações do semestre, destaco a construção de uma plataforma que tem possibilitado
o desenvolvimento do educando no laboratório, uma vez que as bancadas são muito
altas para ele, sendo essencial essa adaptação.
Assim, a partir de
constatarem essa necessidade, principalmente para as aulas de TLB -Técnicas
Básicas de Laboratório (disciplina do primeiro semestre do curso), iniciou-se a
construção. Em um primeiro momento, devido a ausência de verba, levantou-se a
possibilidade de construir uma plataforma bastante simples a partir de pallets de madeira. Entretanto, conforme
afirma o professor de química João Batista de Medeiros, que ministrou a
disciplina de TLB e responsável pela ação, percebeu-se que usar esse material
seria difícil e inseguro. Então, conversando com o setor administrativo do
câmpus, decidiram elaborar um projeto para a plataforma para que fosse possível
conseguir dinheiro para a compra dos materiais necessários.
Dessa forma, com o
projeto pronto, foi possível fazer a compra. A execução do projeto foi feita
pelos funcionários da manutenção do câmpus em diálogo com um dos servidores que
é engenheiro e com o professor João Batista. Para finalizar a construção,
segundo o professor João: “o educando testou e aprovou a plataforma, sugerindo,
apenas, que a altura dela fosse reduzida em alguns centímetros”.
Ainda segundo o
professor: “Foi uma ‘aventura’, no sentido de consistir em algo novo,
desafiador e instigante. A construção da plataforma envolveu diversas pessoas e
isso contribuiu para eu aprofundar reflexões que venho fazendo acerca da
atuação, quase que individual, do professor em sua prática pedagógica. Várias
cabeças pensam e chegam a um resultado melhor que uma única cabeça, isso ficou
evidente conforme o número de pessoas envolvidas com a construção da plataforma
ia aumentando. Além do número, os perfis das pessoas também influenciaram
bastante, isto é, indivíduos com formações e experiências diferentes enxergaram
contribuições diferentes e igualmente importantes para a versão final da
plataforma.”
Por fim, aproveito para
parabenizar o professor João e todas as pessoas envolvidas nesse projeto e em
outras ações realizadas no câmpus, que certamente contribuíram muito para o aprendizado
não apenas do aluno, mas de todas(os) que participaram. Além disso, agradeço ao
professor pelas contribuições para a realização desse relato.
#PraCegoVer:
foto da plataforma colocada próxima à bancada no laboratório de química, de
madeira, com três degraus, uma portinha para acesso e cercada nas laterais para
segurança.