terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Ação inclusiva no IFSP - Câmpus Capivari

No segundo semestre de 2016, ingressou no curso técnico em química do câmpus que atuo (IFSP – Capivari) um aluno com deficiência visual e nanismo. A partir de então, alguns professores, estudantes do curso de licenciatura em química, serviço sociopedagógico, administração e NAPNE (Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas) atuaram de diversas formas com um objetivo em comum: a permanência e êxito desse aluno no curso.
Dentre as ações do semestre, destaco a construção de uma plataforma que tem possibilitado o desenvolvimento do educando no laboratório, uma vez que as bancadas são muito altas para ele, sendo essencial essa adaptação.
Assim, a partir de constatarem essa necessidade, principalmente para as aulas de TLB -Técnicas Básicas de Laboratório (disciplina do primeiro semestre do curso), iniciou-se a construção. Em um primeiro momento, devido a ausência de verba, levantou-se a possibilidade de construir uma plataforma bastante simples a partir de pallets de madeira. Entretanto, conforme afirma o professor de química João Batista de Medeiros, que ministrou a disciplina de TLB e responsável pela ação, percebeu-se que usar esse material seria difícil e inseguro. Então, conversando com o setor administrativo do câmpus, decidiram elaborar um projeto para a plataforma para que fosse possível conseguir dinheiro para a compra dos materiais necessários.
Dessa forma, com o projeto pronto, foi possível fazer a compra. A execução do projeto foi feita pelos funcionários da manutenção do câmpus em diálogo com um dos servidores que é engenheiro e com o professor João Batista. Para finalizar a construção, segundo o professor João: “o educando testou e aprovou a plataforma, sugerindo, apenas, que a altura dela fosse reduzida em alguns centímetros”.
Ainda segundo o professor: “Foi uma ‘aventura’, no sentido de consistir em algo novo, desafiador e instigante. A construção da plataforma envolveu diversas pessoas e isso contribuiu para eu aprofundar reflexões que venho fazendo acerca da atuação, quase que individual, do professor em sua prática pedagógica. Várias cabeças pensam e chegam a um resultado melhor que uma única cabeça, isso ficou evidente conforme o número de pessoas envolvidas com a construção da plataforma ia aumentando. Além do número, os perfis das pessoas também influenciaram bastante, isto é, indivíduos com formações e experiências diferentes enxergaram contribuições diferentes e igualmente importantes para a versão final da plataforma.”
Por fim, aproveito para parabenizar o professor João e todas as pessoas envolvidas nesse projeto e em outras ações realizadas no câmpus, que certamente contribuíram muito para o aprendizado não apenas do aluno, mas de todas(os) que participaram. Além disso, agradeço ao professor pelas contribuições para a realização desse relato.

#PraCegoVer: foto da plataforma colocada próxima à bancada no laboratório de química, de madeira, com três degraus, uma portinha para acesso e cercada nas laterais para segurança.

#PraCegoVer: foto do aluno realizando um procedimento (pesagem) no laboratório de Quimica, utilizando a plataforma construída e os equipamentos de proteção individuais (jaleco e óculos).


segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Acessibilidade e Inclusão

Nos últimos anos, houve um avanço significativo nas questões de acessibilidade e inclusão. Entretanto, percebo que muitas vezes a acessibilidade é compreendida como um favor, um privilégio, ao invés de um direito de todas(os). Dessa forma, precisamos entender que a acessibilidade ao mesmo tempo em que é um direito é também um dever de cada cidadã(ão). 
Das diferentes formas de acessibilidade (comunicacional, atitudinal, arquitetônica, instrumental, metodológica, programática, entre outras), acredito que a atitudinal seja a mais difícil de ser concretizada, ao mesmo tempo em que essencial para caminharmos na direção de uma sociedade de fato inclusiva. 
Nesse sentido, podemos nos apoiar no Modelo Social da Deficiência que, diferente do Modelo Médico, entende que a deficiência está na sociedade que muitas vezes não consegue ser inclusiva, retirando o foco na pessoa com deficiência. Dessa maneira, precisamos nos reconstruir diariamente, pois ainda reproduzimos muitas concepções e estereótipos das pessoas com deficiência provenientes dos modelos anteriores. 
Nesse contexto, a escola tem muito a contribuir na desconstrução de concepções e estereótipos envolvendo não apenas as pessoas com deficiência, mas todas(os) que são desviantes do modelo padrão construído pela sociedade e que sofrem exclusão, inclusive no ambiente escolar. Assim, é necessário que a escola proponha atividades, projetos, discussões e reflexões que propiciem o respeito e a valorização da diversidade, além é claro de buscar contemplar as diversas formas de acessibilidade para todas(os).
        Particularmente, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), instituição em que atuo, apesar de considerar que ainda estamos no início de um longo processo, observo que felizmente há pessoas engajadas nessa luta. Além disso, por meio desse curso “IFSP para tod@s”, acredito que as(os) profissionais, inclusive nós que atuamos no NAPNE (Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas), teremos maiores condições/conhecimentos/compromisso para buscarmos, em cada câmpus, um IFSP que seja realmente para todas(os), considerando um aprendizado coletivo e contínuo.
Por fim, deixarei a frase de William Loughborough e uma imagem do "Movimento Inclusão Já" para que continuemos refletindo sobre a nossa responsabilidade e o compromisso que devemos assumir na questão da acessibilidade e da inclusão para todas(os).

 “Acessibilidade é um direito, não um privilégio”. (William Loughborough)

#PraCegoVer: imagem contendo no centro e nas quatro pontas o símbolo  do “Movimento Inclusão Já”. De cada lado do símbolo central (maior) há uma foto de uma pessoa em uma cadeira de rodas.  Acima do símbolo há os seguintes dizeres: “Acessibilidade não é um favor!!!” e abaixo: “Acessibilidade é um direito. Respeitem.” 


segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Professor Eder Pires de Camargo: "Aquele aluno do fundo da sala"
https://www.youtube.com/watch?v=KVF3ep29rsA
Para refletirmos sobre inclusão: Vídeo "Por cuatro esquinitas de nada" https://www.youtube.com/watch?v=DBjka_zQBdQ

terça-feira, 27 de setembro de 2016